Entre tantos produtos disponíveis no mercado, ditos aliados para o emagrecimento, o chá verde merece destaque por apresentar muitas propriedades benéficas à saúde. Primeiramente vamos conhecê-lo melhor... Sigam-me os bons!
SENTA QUE LÁ VEM HISTÓRIA...
Camellia sinensis é o nome científico da planta, que pode ser usada para fazer o chá verde, preto e Oolong. Segundo uma lenda chinesa bonitinha, no ano 2737 a.C. o imperador Shen Nung tirava um cochilo sob uma árvore quando algumas folhas caíram em uma vasilha de água que seus servos ferviam para ele beber. Quando sentiu o cheirinho bom, ele provou o líquido e adorou. E assim, tcharam, nasceu o chá! Se é verdade, não temos certeza. Mas essa lenda é divulgada como a primeira referência à infusão das folhas de chá verde, originária da China e da Índia.
A QUÍMICA DO CHÁ VERDE
O chá verde, diferentemente dos outros, não sofre fermentação, e por isso, retém a cor original das folhas. Estas passam por secagem para inativar a enzima polifenoloxidase, o que impede a oxidação das catequinas, que possuem muitas propriedades funcionais, ou seja, fazem muuuuito bem à saúde. Segue a lista dos benefícios: atividade antioxidante (combate o stress oxidativo e radicais livres), anticarcinogênica (previne o câncer), antiinflamatória, antiaterogênica (evita a formação de placas de ateroma, que causam entupimentos de vasos sanguíneos), hipoglicemiante (diminui a glicemia) e antibacteriana.
Além das catequinas, o chá verde possui vitaminas C e K, Cafeína, Teofilina, Teoflavina, Teobromina, Tanino e Flúor. O tanino é o malvado da história, e daqui a pouco vamos falar um pouco mais dele.
OK, CHÁ VERDE É LINDO... MAS AJUDA A EMAGRECER?
Antes de chegarmos nesse ponto, é preciso que você entenda o que é termogênese: Termogênese é uma resposta fisiológica para manter a temperatura corporal equilibrada. Existem dois tipos: a termogênese obrigatória, que é constituída por todo o calor produzido no organismo, estando o indivíduo em vigília ou repouso, em temperatura ambiente e em jejum de pelo menos 12h; e a termogênese facultativa, que é todo o calor produzido pelo corpo além daquele basal, o que aconteceria no caso do consumo de chá verde. Um outro exemplo é a exposição excessiva ao frio, que causa tremor muscular.
A presença da cafeína e das catequinas é que torna o chá verde um produto com atividade termogênica, o que provoca um aumento no gasto calórico, aumentando, consequentemente, as necessidades calóricas.
Teoricamente, se um indivíduo tem suas necessidades energéticas aumentadas e não aumenta a sua ingestão, ocorre a perda de peso corporal.
PORÉM, tal efeito termogênico só é 100% eficaz quando associado a uma dieta saudável e atividade física. Ou seja, não adianta ficar o dia inteiro na frente do computador, comer um monte de besteira e achar que está tudo bem, poque você está consumindo chá verde. Ele não faz milagre, apenas dá um bom empurrão quando você está no caminho certo. Quando aliado à atividade física, o chá verde auxilia na perda de gordura e no ganho de massa magra. E quando ingerido a longo prazo, favorece melhor qualidade de vida.
Outro porém: os taninos (citados lá em cima) são considerados nutricionalmente ruins porque afetam enzimas digestivas e a absorção e utilização de vitaminas e minerais. Dessa forma, não é aconselhável beber chá verde nas grandes refeições (almoço e jantar).
ENTÃO COMO CONSUMI-LO?!
De 10 a 30 minutos antes de realizar a sua atividade física. Vale colocar junto de uma limonada, beber geladinho... Só não enche de açúcar, ok?
TEXTOS DE REFERÊNCIA:
VALENZUELA, A., B. El consumo te y la salud: características y propriedades
beneficas de esta bebida milenaria. Revista Chilena de Nutrición, Santiago, v. 31,
n. 2, p. 72-82, ago. 2004.
BIANCO, A. C. Hormônios tireóideos, UCPs e termogênese. Arquivos Brasileiros
Endocrinologia e Metabolismo, São Paulo, v. 44, n. 4, ago. 2000.
CARDOSO, Gabrielle Aparecida. Efeito do consumo do chá verde aliado ou não ao treinamento de força sore a composição corporal e taxa metabólica de repouso em mulheres com sobrepeso e obesas. Dissertação (Mestrado)- Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, p 107.2011.
CHUNG, K. T.; WONG, T. Y.; WEI, C. I.; HUANG, Y. W.; LIN, Y. Tannins and
human health: a review. Critical Reviews in Food Nutrition, Amherst, v. 38, n. 6,
p. 421-464, 1998.
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